O Beijo como Estratégia Reprodutiva
Nos primórdios, o beijo nasceu da transferência de alimento entre familiares através da boca e lábios. Entretanto, segundo uma pesquisa feita na Universidade de Leeds, ele só surgiu como estratégia reprodutiva quando mulheres passaram a beijar para ter contato com o vírus da herpes de seus familiares. Com isso, elas buscavam produzir anticorpos suficientes para não desenvolverem a doença no período gestacional, quando ela pode levar à morte do feto. Com os avanços da medicina, esse fim para o beijo pode ter perdido seu sentido.
Assim, o beijo como entendemos hoje parece ter um caráter muito mais cultural do que biológico, pois sabemos que ele não é uma prática comum a todas as sociedades. Contudo, ele tem um papel importantíssimo na reprodução, pois "O beijo ativa todos os nossos sentidos - como o olfato, o paladar e o tato - para que forneçam pistas sobre a compatibilidade e o potencial a longo prazo do parceiro. Nosso corpo e cérebro nos ajudam a decidir se devemos investir no relacionamento. Ao mesmo tempo, as terminações nervosas existentes nos lábios fazem da experiência algo extremamente agradável. E é função dos hormônios e dos neurotransmissores promoverem o vínculo e a proximidade entre as duas pessoas. " diz ao site de VEJA a pesquisadora Sheril Kirshenbaum.
Dessa forma, o beijo é um mecanismo para que possamos não só identificar um bom parceiro, mas também para que estabeleçamos um maior vínculo com ele. Além disso, quando a experiência de beijar é boa, as chances do casal ter relações sexuais aumentam, e mesmo que isso não aconteça, ela induz os "beijoqueiros" a beijarem mais e continuarem a busca por um parceiro sexual compatível.
Mas o que ocorre durante um beijo “bom”?
Basicamente, as bochechas ficam avermelhadas, a pulsação acelera, a respiração fica irregular e as pupilas dilatam - o que pode explicar por que fechamos os olhos. No plano hormonal, há a liberação da ocitocina, o “hormônio do amor”, que trabalha para manter a conexão entre duas pessoas. Ocorre também o aumento de dopamina, neurotransmissor responsável pelo desejo e associada ao vício. Enquanto isso, a serotonina causa pensamentos obsessivos sobre o parceiro. Esse é o mesmo neurotransmissor envolvido em pessoas com TOC.
Curiosidades
Abraços da Dra. Alê!